Fim da crise diplomática entre Colômbia e Equador

Após um dia de discursos acalorados e momentos de tensão na 20ª Cúpula do Grupo do Rio, presidentes (Correa e Uribe) deram por encerrado o mal-estar gerado pelo ataque colombiano em solo equatoriano.

Brasília - Após um dia inteiro de discursos acalorados e até momentos de tensão entre alguns dos chefes de Estado e governo presentes à 20ª Cúpula do Grupo do Rio, em Santo Domingo, na República Dominicana, os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe, e do Equador, Rafael Correa, apertaram as mãos e deram por encerrada a crise desencadeada pelo ataque militar colombiano em solo equatoriano no dia 1º.

Em meio aos debates, Uribe apresentou novo pedido de desculpas e se comprometeu a não realizar novas operações militares em solo vizinho “sob nenhuma circunstância” – condições impostas por Correa para uma solução pacífica para a crise diplomática entre os dois países. Diante disso, o líder equatoriano declarou que o incidente "estava encerrado".

Os compromissos assumidos por Uribe foram registrados em declaração conjunta firmada pelos 13 países membros do Grupo do Rio. O documento condena a ação militar colombiana em território do Equador, sem consentimento do governo equatoriano. Com termos semelhantes à resolução aprovada ontem (6) pelo Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), o documento reafirma os princípios da inviolabilidade territorial, do respeito à soberania e da não-ingerência em assuntos internos de outros países.

"Rechaçamos essa violação à integridade territorial do Equador e, por conseguinte, reafirmamos o princípio de que o território de um Estado é inviolável e não pode ser objeto de ocupação militar nem de outras medidas de força tomadas por outro Estado, direta ou indiretamente, qualquer que seja o motivo”, diz a declaração conjunta.

Os integrantes do Grupo do Rio reiteram seu compromisso com a convivência pacífica na região e “exortam” Equador e Colômbia a manter abertos canais “respeitosos” de comunicação e buscar caminhos para solucionar a crise diplomática. Após o ataque colombiano, o Equador rompeu relações diplomáticas com o país vizinho.

Os mandatários também mencionam a decisão de Correa de aceitar documentos oferecidos por Álvaro Uribe supostamente obtidos pelo governo colombiano após o ataque ao acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em solo equatoriano. Uribe tem declarado que tais documentos comprovam vínculo do Equador com a guerrilha.

Rafael Correa acusa o presidente colombiano de mentiroso. Em visita ao Brasil no começo da semana, Correa impôs como uma das condições para um futuro acordo o reconhecimento, por Uribe, de que teria montado uma farsa para comprometer o governo equatoriano.

Mylena Fiori - Agência Brasil | 2008-03-08 08:28:17





Opinião

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