Liberdade para falhar

Porque ser honesta acerca de meus maus hábitos é bom para mim.

Recebi um e-mail recentemente de uma querida amiga que está servindo a Deus como missionária no Oriente Médio. Ela tem sido tão legal ao se manter sempre em contato e eu não tenho correspondido na mesma medida.

Por isso, ela me escreveu para saber se havia algo de errado. Teria algo mudado em nossa relação? Teria ela me ofendido de alguma forma, ou por acaso eu não estaria de acordo com algo que ela está fazendo em seu trabalho missionário? Ela provavelmente me escreveu outras perguntas, mas eu não as consegui ler por causa das lágrimas que molhavam meu rosto.

Ela não havia feito nada de errado. O problema era comigo mesma. Aparentemente, eu havia deixado a correria da vida levar nossa preciosa amizade. Todavia, o que realmente havia acontecido era que eu havia perdido de vista quem realmente sou. Havia dito a mim mesma que responderia aos seus e-mails, retornaria suas ligações e enviaria cartas interessada em saber detalhes sobre seu ministério, assim que tivesse tempo para pensar nessas coisas.

Eu gosto de pensar em mim mesma como uma pessoa que se importa com seus amigos. Contudo, a verdade é que minhas falhas – minha preguiça, minha desorganização e minha falta de prioridades – parecem ter tomado conta de mim numa proporção maior do que eu gostaria de admitir.

Então, eu passei semanas – que rapidamente se transformaram em meses – escorregando entre um e-mail de um amigo e minha resposta. Além disso, pensava que fazia tanto tempo que aquela amiga havia me ligado que ela já havia se esquecido, ou que aquilo era tão duro que ela não ia querer me ouvir depois de tanto tempo.

Parece que a única maneira em que posso crescer e lidar com minhas fraquezas é reconhecendo-as e clamando pelo auxílio de Deus. Ignorá-las não me ajudará em nada. Eu preciso parar de achar que minha fragilidade feminina justificará minhas multidões de pecados e a forma como eu coloco as pessoas para baixo.

O apóstolo Paulo dá um bom exemplo de como nós podemos reconhecer nossas falhas para lidarmos melhor com elas. Ele escreve: “Porque o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7.18,19).
Aqui, Paulo está falando sobre pecado, sobre como nós mergulhamos nele, mesmo quando sabemos o que é pecado. Ignorância não é o nosso problema. Nós nos iludimos quando alegamos que fizemos isso ou aquilo porque não sabíamos o que, de melhor, poderíamos fazer.
Nós também nos iludimos quando achamos que estamos presos ao moldes que criamos ao trilharmos o caminho que Deus quer que trilhemos.

Paulo prossegue, afirmando: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.1-2).
A liberdade que Deus nos dá em Cristo é que nos capacita a identificarmos nossas falhas e ultrapassá-las com a ajuda Daquele que nos criou para uma vida plena.

Christianity Today - Copyright © 2011 por Christianity Today International | 2012-05-06 09:06:13





Opinião

O evangelho não é uma doutrina de língua, mas de vida. [João Calvino]