Portas Abertas e as mulheres da Igreja Perseguida .

Em todo o mundo, os corações de mulheres da Igreja livre foram tocados com as histórias de sofrimento de suas irmãs perseguidas.

GERAL - O trabalho junto às mulheres da Igreja Perseguida levou alguns anos para ser idealizado e concretizado. A princípio, a Portas Abertas buscava auxiliar a Igreja Perseguida como um todo, atendendo às suas necessidades mais evidentes. A urgência em atender aos apelos da Igreja Perseguida não deixava espaço para cuidar dos grupos que compunham essa Igreja, entre eles, o grupo das mulheres.

No final da década de1970, a Portas Abertas atuava basicamente na Europa Oriental. Ben Companjen viajava para Albânia e, às vezes, sua esposa Didi o acompanhava. Enquanto Ben tinha assuntos a resolver com os homens, Didi passava o tempo com as mulheres na cozinha. Nessas conversas, as cristãs albanesas sobrecarregadas encontravam uma vazão para o estresse diário que enfrentavam.

Na mesma época, duas integrantes da equipe da Portas Abertas fizeram duas viagens especiais, uma para a Alemanha Oriental e outra para a Tchecoslováquia. O propósito dessa viagem foi encorajar as mulheres nesses países comunistas. Assim como Didi, elas regressaram com histórias tristes sobre o esquecimento e a solidão em que se encontravam as esposas dos contatos da Portas Abertas por trás da Cortina de Ferro.

A liderança da Portas Abertas reconheceu que essas mulheres tinham uma necessidade peculiar. Mas, por causa dos inúmeros pedidos de livros e da pressão imensa que os homens na liderança dos países comunistas sofriam, faltavam recursos e tempo para que uma atenção especial fosse dada às suas mulheres.

O começo de uma nova fase

Quando a Portas Abertas começou seu trabalho na Ásia, à medida que as portas se abriam na China, alguns de nossos líderes do ocidente se deslocaram para a região, acompanhados de suas esposas.

Essas mulheres foram de grande ajuda para seus maridos durante o Projeto Pérola (no qual 1 milhão de Bíblias foram entregues à Igreja chinesa), e elas também perceberam que havia ali um trabalho que contava com elas. Mas, novamente, o tempo não era oportuno para se dar atenção às mulheres na China, por causa da grande necessidade da Igreja no geral.

Durante a década de 1980, Anneke Companjen, esposa do atual diretor da Portas Abertas Internacional, soube que K’Sup Nri, uma amiga vietnamita, havia cometido suicídio enquanto seu marido estava na prisão. Olhando para trás, aquele foi o momento crucial para o ministério de mulheres dentro da Portas Abertas.

A posição de Anneke como esposa de Johan Companjen facilitou as coisas para que a mensagem das mulheres perseguidas se espalhasse. Quando Johan era convidado para falar, e Anneke estava junto, ele a convidava para ir à frente e compartilhar a história de uma mulher da Igreja Perseguida.

A primeira vez que Anneke contou a história de sua amiga vietnamita, ela se encontrava em uma conferência de oração na Califórnia, Estados Unidos. Lá estavam Hector Tamez e Paul Estabrooks (correspondentes internacionais que visitarão o Brasil em 2007). Eles reconheceram que as necessidades das mulheres haviam sido negligenciadas no passado e prometeram dar-lhes mais atenção. Não muito tempo depois, Paul escreveu um livreto sobre as cristãs chinesas que conhecera.

Sempre que Anneke viajava com Johan ao campo, ela aproveitava a oportunidade para se encontrar com mulheres perseguidas e esposas de líderes da Igreja. Foi dessas viagens que nasceu seu livro “Lágrimas e Sorrisos”*. Agora sim era o momento de a Portas Abertas dar a atenção devida às mulheres da Igreja Perseguida.

Por causa do livro de Anneke, um ministério entre mulheres começou a crescer naturalmente. Em todo o mundo, os corações de mulheres da Igreja livre foram tocados com as histórias de sofrimento de suas irmãs perseguidas. Foram criadas oportunidades de encontro entre as mulheres da Igreja livre e da Igreja Perseguida. Para Anneke e para as outras precursoras desse trabalho, que não haviam planejado isso, tudo era um sinal de que as mulheres da Igreja Perseguida ocupavam um lugar bastante especial no coração de Deus.

* Lágrimas e Sorrisos, de Anneke Companjen, conta a história de várias mulheres da Igreja Perseguida. O livro foi publicado em 2001 pela ICP Editora, mas atualmente está esgotado.

- www.portasabertas.org.br | 2007-03-11 08:36:39





Opinião

O evangelho não é uma doutrina de língua, mas de vida. [João Calvino]